sábado, 28 de setembro de 2013

Mìdia, Executivo Municipal e Legislativo unidos para uma só causa: desestabilizar o movimento grevista dos profissionais da Educação carioca




Temos, aqui, uma perfeita SINTONIA DO MAL. 

1 - Na página 3 da edição do jornal O Dia de hoje (28/9/2013) encontra-se uma PROPAGANDA DE PÁGINA INTEIRA do BRT da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro. É a SEGUNDA PROPAGANDA de página inteira desta semana. A primeira foi no dia 25/9/2013 sobre Clínicas da Família, nos mesmos moldes desta. Quanto custaram aos cofres públicos?

2 - TRECHO do EDITORIAL do jornal O Dia de hoje (28/9/2013). Editorial, para quem não sabe, é o que expressa, de maneira clara, a opinião da empresa, no caso em pauta, do jornal O Dia. Nele, condenam a ocupação da Câmara dos Vereadores por parte dos profissionais da Educação. Chama isso de "Expediente extorsivo". Bom, não surpreende. O jornal está recebendo anúncios da Prefeitura e, consequentemente, VERBAS PÚBLICAS que poderiam ser usadas para outros fins. É lícita a postura do jornal? Sob o ponto de vista das leis, pode ser. Mas é imoral e facilmente desmascarável. Uma troca de favores. A Prefeitura publica seus anúncios aí e recebe, em contrapartida, um Editorial de apoio.

3 - A postura da Câmara dos Vereadores não é menos reprovável. A quem atribuir a responsabilidade? À seu presidente, Jorge Felippe, vereador pelo PMDB (mesmo partido do Prefeito Eduardo Paes)? E qual a consideração e respeito com a opinião dos vereadores da oposição? Como eles se posicionam diante dessa impostura, de terceiros falando em nome deles? A Câmara Municipal, que reproduziu o mesmo discurso do Poder Executivo, tem servido para quê? Não deveria ser o espaço das discussões, do dissenso, das alternativas? Ah... Estou esquecido que a maioria dos vereadores é da base aliada do Prefeito Eduardo Paes, dentre os quais os vereadores PT, sempre é bom lembrar. Livremos, DESTA VEZ, Reimont, que tem se posicionado a favor dos grevistas. Esqueci, também, que estes mesmos vereadores da base aliada discutem, com o Prefeito, em refeições sabe lá bancadas por quem, as emendas ao PCCS proposto pelo Executivo Municipal. Ora, o espaço por excelência onde os PROJETOS DE INTERESSES COLETIVOS DEVEM SER DISCUTIDOS É NO PLENÁRIO DA CÂMARA, e não em ambientes fechados ao público. A que senhores estes vereadores estão servindo? 

4 - Trocando em miúdos: grande mídia (Globo e suas mídias e jornal O Dia), maioria dos vereadores e Prefeito alinhados CONTRA OS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO. 

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O Hospital Municipal Barata Ribeiro vive?


O desmonte do Serviço Público alterna períodos de velocidade e lentidão, de acordo com o momento político que se vive. Já vivemos mais brutais. Por hora, acho que se mantém, num ritmo mais compassado. É como se organizassem a batida de tambores que, antes, faziam barulho e que, agora, produzem uma espécie de compasso de marcha. E parece que muitos de nós estamos acostumando com esse barulho, porque nossa capacidade de indignação vai ficando amolecida. Parece, mesmo, que nosso ouvido "naturaliza" essa batida sinistra e começamos a julgá-la evento natural e inexorável. MAS NÃO É!

Quantos hospitais a gestão de Eduardo Paes (do PMDB de Sérgio Cabral e Pezão, aliado do PT de Dilma) já fechou? Quantas unidades de saúde estão sob a (ir)responsabilidade das Organizações Sociais? O que se pretende, de fato, com a recém-criada EMPRESA MUNICIPAL DE SAÚDE? A retórica de que os serviços melhorariam com a gestão das OSs já se mostrou falaciosa. Pendendo para a privatização, a EMPRESA MUNICIPAL DE SAÚDE não deve ser diferente. O problema NÃO É O SERVIDOR PÚBLICO EM SI, ou mesmo O FATO DA GESTÃO SER PÚBLICA. O problema está na política pública de uma gestão que QUER PRIVATIZAR O SERVIÇO PÚBLICO, DESMONTANDO-O; QUE É CONTRÁRIA À GESTÃO PÚBLICA DO SERVIÇO PÚBLICO.

O método é ardiloso e cruel, principalmente numa conjuntura onde a saúde pública está doente. A unidade é esvaziada: de insumos e de servidores, via aposentadorias, via mudanças de locais de trabalho por motivos nem sempre profissionais. Depois, a obra do tempo atuando nos tijolos, na estrutura física. Deixa-se de atender com qualidade. Reduz-se a quantidade de atendimentos.

E joga-se para a plateia: "Olhem como a gestão pública, via servidores é ruim! Eles não trabalham. São malandros. Não são comprometidos. POR ISSO, POR CULPA DOS SERVIDORES, vamos passar a gestão da unidade para a Organização Social "X" ou para a Empresa de Saúde, que tem outro modelo de gestão, mais profissional (e outras baboseiras que eles gostam de ruminar em seus discursos tecnocratas)". Ou quando não falam, simplesmente, em fechar e redistribuir os pacientes na rede, segundo eles "sem prejuízo para o atendimento à população", como se as demais unidades já não estivessem, por si sós, sobrecarregadas.


Hoje é o Hospital Municipal Barata Ribeiro que está AMEAÇADO. Os dados, no caso desta unidade, ainda estão rolando. O que somos nesse jogo? Meros expectadores ou protagonistas?