domingo, 16 de julho de 2017

Escolher "O mal menor" não dá mais, né?


Veja aqui a pesquisa: https://www.poder360.com.br/datapoder360/bolsonaro-cresce-e-encosta-em-lula-na-corrida-presidencial-de-2018/

A aposta do PT é captar o voto anti-Bolsonaro, com Lula figurando como "o mal menor". Já votei na Dilma por causa disso e me arrependo. Só que a aposta do Bolsonaro é também por aí, porém, no sentido contrário, qual seja, o de captar o voto anti-Lula. Bolsonaro aciona o que há de pior em muita gente (os preconceitos) para fazer de bandeira, além de ser muito simplista. Com mídia - que já recebeu muita grana do PT - e o grande capital - que, além de ter recebido também muita grana, espera de Temer a entrega das "reformas" em maior velocidade - marretando o PT para implodir, junto com ele, as esquerdas de maneira geral (e, desgraçadamente, algumas vivem como satélites do PT, ainda que o neguem), a rejeição do Lula e seu partido tende a encontrar dificuldade em diminuir. A pecha de criminoso (e eu acho que cometeu ilícitos sim), mesmo que não se confirme numa eventual condenação em segunda instância (ainda que o "acordo" que salva todo mundo do Sérgio Machado/Jucá o mencione) pode piorar o quadro para ele, pelo desgaste. O "Mal menor", de qualquer um dos lados, vencerá, dependendo do grau de rejeição que os candidatos alcancem. A rejeição do PT, nesta pesquisa, é apresentada como maior, ainda que a do Bolsonaro não seja conhecida. A pesquisa também sinaliza que os eleitores querem "novidade", o que pode representar bons ventos para Bolsonaro que não tem nada de novo mas é visto como por muita gente, já que não teve cargos executivos. 

Parte dos cansados do PT e os que tem horror ao partido, somados àqueles que querem "novidades" podem polarizar num candidato que apresente soluções fáceis e maniqueístas.

Não acho que a solução (ideal, dos meus sonhos) será encontrada dentro da institucionalidade. A institucionalidade vai tentar reproduzir mais do mesmo, talvez até uma elite mais predatória. Os que jogam esse jogo gostam muito dele para modificá-lo, mesmo aqueles mais à esquerda (ou que se apresentam como tais).

Por último, Lula ganhando, não sei se governa. Fará coalizões? Tenho certeza que tentará. Apostaria nisso. Só que o momento econômico que vivemos não permite, mais, o jogo de ganha-ganha, onde a galera da maleta puxou dinheiro à rodo e os pobres receberam mais migalhas. O que seria dele se não conseguisse essa política de alianças? A turma do PT gosta muito de falar que elas (as alianças) são necessárias para mudar, gradualmente, o estado de coisas, tornando a sociedade mais justa e igualitária, mas essa mudança implica em esvaziar o poder daqueles que lhes são aliados... Um pouco contraditório pro meu gosto. Vão "combinar isso com os russos", como diria o Garrincha?

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